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sábado, 19 de novembro de 2011

O MOINHO - CAPÍTULO 1


Desde antes da moda dos vampiros inundar as prateleiras das livrarias, eu escrevi O MOINHO, uma estória interessante com paixões, amores perdidos, pessoas boas e pessoas más. Demorei quase dois anos para terminar. O que me inspirou a escrever foi uma frase muito interessante de Lestat de Lioncourt, o vampiro mais famoso de Anne Rice que, numa singela homenagem, repito no inicio desta saga. Como este conto é longo, o publicarei em 9 capítulos. Apaixonem-se por Pietra e por Allan... Eu me apaixonei... e adorei escrever este conto.

O MOINHO – CAPÍTULO 1

“Não há quem não sonhe com a eternidade. Quando a adquirimos, no início contra a nossa vontade, achamos que vamos conquistar o mundo, mas aprendemos a duras penas que temos que fazê-lo sozinhos, deixando para trás tudo e todas as pessoas que conhecemos e aprendemos a amar. A eternidade é muito tempo...”.
Lestat


No início o lugar era calmo. Allan ficava horas olhando para o nada e imaginando como teria sido sua vida se não tivesse conhecido Ruth.

Fazia seus passeios noturnos procurando pensamentos maus para saciar sua fome. Quando não encontrava, se contentava com os jantares breves, como sua Ruth chamava as visitas noturnas a festas e outros eventos, onde os dois sempre passavam despercebidos.

Hoje o lugar mudou muito, a cidade cresceu e abraçou o velho moinho, que reinava sozinho entre a Rue Henon e Rue Henry Gorjus, próximo ao Cemitério da cidade, tendo com principal vista o River Saône. Allan achava que perderia seu reduto, mas por incrível que pareça, ele conseguiu que o lugar continuasse intocável.  

“Coisas do destino” pensava Allan, enquanto via o futuro crescer à sua volta.

Certa vez, preparando-se para mais uma noite de caça, Allan ouviu gritos vindos da entrada do moinho.

- Saco! Mais um bando de arruaceiros para atrapalhar minha noite.

- Socorro!!

- Cala a boca sua vadia! Não adianta gritar, aqui só tem fantasmas, e você vai virar um deles em breve.

Allan começou prestar atenção no que se passava e pensou: “Hoje não vou ter que sair... trouxeram o jantar para mim”.

Imaginando ser alguma briga de ladrões (uma vez viu um briga de um casal de ladrões, ficou esperando o desfecho para se alimentar), Allan ficou atento ao que estava se passando.

- Não! Por favor! Não faça isso comigo!!
- Já mandei se calar! Quem mandou andar com quem não devia! Agora vai ser como eu quiser.....

- Leve minha bolsa, leve tudo, mas me deixe viva!

- E eu lá tenho cara de bonzinho? Levo a bolsa sim, depois que me divertir com você.

Não era o que Allan imaginava. Prestando atenção nos pensamentos, viu pureza na garota, mas no homem...

- Bom, deixa pra lá! O problema não é meu mesmo. Como disse o homem: quem mandou andar com quem não devia.

- Não! Por favor, não faça isso comigo!!

- Cala a boca!

Disse o homem, dando um tapa no rosto da menina.

Allan lembrou-se de Ruth e de como ela morreu, nas mãos dos caçadores. Ela não merecia o final que teve.

- Nãaaaooo! 

Num átimo, Allan colocou-se à frente do casal e com toda a frieza possível, já sabendo o desfecho da conversa, perguntou:

- O que está acontecendo aqui?

- Por favor, me salve!

- Cai fora! Ou vai morrer como esta vadia!

- Solte a moça agora!

- Ah! Ah! O doutorzinho quer briga é?

Num impulso animalesco, Allan voou no pescoço do homem, que segundos depois jazia sem vida em seus braços.

- AHHHHHHH ! Que é isso!!!
Gritava a menina, sem conter seu pavor diante da situação.

- Qual se nome garota?

- Pietra...  Por favor não machuque.

- Vá embora garota, e não ande mais por aqui. Não sei se terei paciência novamente.

Não foi preciso repetir. Em segundos, Pietra estava fora daquele lugar horrível, correndo como nunca imaginou que correria em sua vida.

Allan não pôde deixar de notar a beleza da garota. 1,68 metros, cabelos castanhos encaracolados até a cintura, olhos verdes, corpo de menina e rosto de mulher.

- O que ela fazia por aqui? Fiz bem sem salvá-la. Muito bonita para morrer, espero que tenha sorte na vida, como eu espero ter um dia...

7 comentários:

  1. às 25 outubro 2011 em 01:28 - lunnafrank
    Amigo estava esperando postar vai demorar muito a segunda parte....

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  2. às 25 outubro 2011 em 01:56 - poetaluizclaudio
    Gostei amigo.

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  3. às 25 outubro 2011 em 12:10 - escritornashorasvagas
    Amigos, obrigado! Postarei duas vezes por semana. A segunda parte será colocada na sexta ok? abs.

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  4. às 25 outubro 2011 em 18:03 - poetaluizclaudio
    Tenha um bom dia amigo....

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  5. às 27 outubro 2011 em 12:11 - escritornashorasvagas
    Obrigado amigo!! para você também! abs.

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  6. às 12 novembro 2011 em 13:05 - 100palavrasvagno
    Meu rei, é interessante sua coragem de publicar um livro que lembra os folhetins do séc. XIX, chega a ser audacioso, numa contemporaneidade, onde existe um número absurdo de publicações. Aplaudo e incito a seguir em frente porque faz jus ao título do espaço. Sobre o livro, gostei do início, todo mundo tem um pouco de vampiro, o ermo, sem regras com liberdade, faz parte das fantasias de muitos, por isto o tema é popular. O medo da solidão e do ostracismo também. Já vivi isto. Sem concepções primárias afirmo. Tudo é muito relativo e somos uma espécie preparada para sobreviver. Vou copiar os outros 05 capítulos para economizar a minha internet. Lerei-os com atenção. Vagno!

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  7. às 16 novembro 2011 em 03:24 - luaesolnoiteedia
    To lendu tudo devagar ok , Que sua noite seja d amor e paz beiijjuuss

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