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sábado, 19 de novembro de 2011

A ÁRVORE DA ETERNIDADE - EPÍLOGO


Quando o texto é bom, muitos pedem logo para saber o final! Atendendo a pedidos, segue abaixo:
A ÁRVORE DA ETERNIDADE - EPÍLOGO

Fiquei horas pensando naquilo vendo o velho morto ao meu lado.
- Sim!!! Só pode ser!!!!
Árvore da Vida! Somente uma árvore da mata dava frutos, dava vida!
A Jatobá...
Sem pensar, entrei na casa do velho e peguei o machado, que ele guardava, se orgulhando de nunca ter usado.
Imortalidade, aí vou eu!!
Cheguei perto da árvore e tremi de medo e ansiedade.
- Será esta mesmo?
- Bom, agora não tenho mais nada a perder, não vão acreditar que o velho morreu de infarte! Olha só as marcas que deixei no seu pescoço! Tenho que ficar imortal e fugir daqui!
Dei a primeira machadada. A árvore gemeu, juro! Gemeu sim!
Estava na árvore certa, fui cortanto e a cada golpe me sentia mais forte. Imortal! Imortal! Só pensava nisso!
A Árvore gemia e eu ria de prazer e excitação.
Imortal! Imortal! Imortal!
Quando ela estava já balançando para cair me lembrei do Velho Joca:
- Vai sofrer pela eternidade!
Velho idiota! Lá estava eu, mais forte e ficando imortal!
No último golpe, corri para ver ela cair, mas tropecei no machado e caí no chão.

A Árvore caiu sim, em cima de mim. Não deu tempo de fazer nada!
Acho que quebrei todos os ossos do corpo, não tenho forças para me levantar e minha boca está sob a terra. Vi quando tentaram socorrer o Velho Joca. Tentei gritar, mas foi em vão.
Já se passaram quase 50 anos, a casa do Velho Joca não existe mais.
Aliás aqui não existe mais nada. Acho que esta cidade acabou, talvez o progresso a tenha consumido. E eu aqui. Esta maldita árvore não apodrece e não se mexe um milímetro.
Só consigo me lembrar do Joca:
- Vai sofrer pela eternidade!
E de mim mesmo rindo:
- Imortal ! Imortal !
Pelo menos consegui o que queria.
- Ai! como dói!

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